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A Catedral Interior

Dentro de nós existe um espaço sagrado, uma catedral construída não por mãos humanas, mas pela essência do que somos. Caminhar por esse templo interior é um ato de reconhecimento — de quem fomos, de quem somos e de quem estamos nos tornando.


O piso de lajotas em alto relevo, com suas imperfeições, representa o caminho que trilhamos, feito de texturas únicas, marcado pelas nossas experiências. Cada passo é um convite para honrar o percurso e aceitar que a beleza está na autenticidade do trajeto.


O pé-direito imenso, alcançando alturas inatingíveis, simboliza a vastidão de nosso ser, a conexão com algo maior, o infinito que nos habita. Não há limites para a nossa expansão quando nos permitimos olhar para dentro, para o que nos eleva.


A luz do sol que entra pelos vitrais à direita nos lembra que a iluminação não está apenas fora de nós, mas também dentro. Ela penetra onde há abertura, projetando cores, formas e significados que só fazem sentido na presença das sombras. Porque é na coexistência da luz e da sombra que encontramos a verdade de quem somos.


A ausência de imagens de adoração sugere que não precisamos buscar fora o que já reside em nós. A catedral é o reflexo do despertar para a verdade essencial: EU SOU. Somos o templo, a luz e a presença viva que dá significado a tudo ao nosso redor.


Ao caminhar por esse espaço interno, olhamos para cima e percebemos que não estamos buscando algo além; estamos apenas nos recordando do que sempre esteve aqui: a sacralidade de ser.

Paulo Poli



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